No fundo, todo esse tempo, passando pela necessidade de escovar os dentes, ganhar o pão, comprar cotonetes, a gente está -ou eu estou- procurando a doçura do amor. E quando digo amor, não falo mais do amor romântico, arrebatador e com prazo pra acabar. Quando falo de amor, falo das trocas amorosas diárias, pessoalmente, tocando olho no olho. Hoje penso que um olho no olho com profundidade e doçura pode curar muita coisa. E quando esse tipo de olhar te contempla, a alma que vive numa correria de achar um lugar pra descansar, para, sorri e se aquieta ali. Porque ali naquele pequeno espaço de tempo, ela não precisa mais de tanta proteção pra impedir que os outros vejam quem ela é. A alma pode ficar vulnerável por instantes. Coisa boa poder estar vulnerável. O simples. O simples é tão bonito pra mim que me sinto tão complexa… o simples me deixa tão bonita, tão feminina, tão doce. O simples me tira umas defesas que me pesam, que me custam, que me cansam. O simples me abre sorrisos, me permite amar, me dá energia pra seguir por mais alguns milhares de quilômetros e anos. Depois desses últimos dias, dessas últimas pessoas, das que me tocaram a alma e das que fizeram minha alma sair correndo pra se esconder, vou colar um lembrete na minha geladeira, vou tatuar essa frase pra que eu possa lembrar todos os dias: No simples está a doçura do amor.
2/02/25
